O cantinho da Cinderela

O cantinho encantado da bloggosfera.

domingo, outubro 31, 2004

Feliz Halloween

Tudo se passou há muitos anos atrás...
Aproveitando o fim-de-semana prolongado, um grupo de cinco jovens amigos decidiu ir passar os três dias no enorme casarão que um deles possuía algures perdido no interior do país.
Quando iniciaram a viagem, já a tarde ia a meio, pelo que chegaram ao destino já de noite. Jantaram, deliciaram-se com um bom vinho e resolveram ficar ao serão a falarem das mais variadas coisas, contando acontecimentos reais e histórias de terror assombrosas. Durante uma dessas histórias, ouviram um barulho assustador, seguido de um silêncio arrepiante.
Apesar de receoso, um dos jovens achou por bem ir ver qual a origem do tal barulho. Chegado ao suposto local, deparou-se com um muito assustado gato preto. Chamou-o, fez-lhe umas festas e, pegando-lhe ao colo, exclamou: "-Ah! Então foste tu! Nem imaginas o susto que nos pregaste!". E levou o felino para junto dos amigos.
Acomodaram-no no sofá, trancaram portas e janelas e deitaram-se. Já farto de dar voltas na cama, e sem conseguir dormir, outro dos jovens resolveu ir até à cozinha comer qualquer coisa.
Ao passar por um dos quartos ouviu um grito abafado. Abriu a porta e viu um dos amigos com quatro arranhões bem profundos no pescoço. Ficou ainda mais aterrorizado quando, ao acender a luz para ver o que tinha realmente acontecido, não encontrou uma única gota de sangue em todo o quarto. De repente, lembrou-se do gato preto. Foi até à sala, mas encontrou o gato exactamente da mesma maneira que o tinham deixado. Complectamente gelado de medo, chamou pelos restantes companheiros.
Não obteve resposta.
Apenas um silêncio que lhe gelou ainda mais o sangue que lhe corria no corpo. A medo, abriu as restantes portas dos quartos. O cenário acelerou-lhe as batidas do coração. Todos os seus amigos estavam agora mortos. Todos eles da mesma maneira, com quatro arranhões no pescoço. Nos quartos, o cenário repetia-se: nem uma gota de sangue visível.
Quis sair dali o mais depressa possível, mas quando se virou, deparou-se com o pequeno gato preto.
Mas havia algo de estranho nele. Já não parecia assustado. E o seu olhar era agora vermelho e deveras aterrorizante.
Implorou para que o deixasse em paz, mas nada parecia demover o animal. De um momento para o outro, viu-o transformar-se num ser meio humano, meio felino. Quase ja sem pinga de sangue, ouviu a criatura dizer-lhe em inglês:
"-Happy Halloween!"
Olhou para cima e viu que se tratava de um dos amigos. Tudo não tinha passado de uma brincadeira. Severamente alterado, fez as malas decidido a regressar à cidade. Depois de tentarem , em vão, demovê-lo, os amigos deixaram-no ir.
Dois dias depois, ao chegarem também eles à cidade, souberam que o tal amigo nunca tinha conseguido chegar ao destino. Voltaram atrás e refizeram todo o caminho novamente. Apenas encontraram as roupas rasgadas e os pertences do amigo. Dele, nem sinal. Pouco depois ouviram um miar assustador. Fugiram para nunca mais voltar.
Muitos anos se passaram, mas conta-se na região que, todos os anos, na noite de Halloween, se ouvem miares agonizantes vindos do casarão onde os cinco amigos estiveram hospedados.

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HAPPY HALLOWEEN, WHO EVER YOU ARE!!!

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Sol e Lua

Ia eu a caminho de lugar nenhum, quando vejo uma criança sentada à sombra de uma árvore a observar o pôr-do-sol. Mas ao contrário do que esperava, a criança estava triste. Quando cheguei mais perto dela, olhou para mim e perguntou sem hesitar:
"-Porque é que o Sol está a fugir?"
"-Não está a fugir." -respondi- "Está apenas a deitar-se. A preparar-se para descansar e poder regressar amanhã ainda mais esplendoroso, ainda mais bonito."
Então, a criança agarrou-se a mim e, a chorar, disse:
"-Mas eu não quero que ele se vá embora. E depois... Quem é que me vai iluminar... Com quem é que eu vou desabafar... A quem vou contar as minhas alegrias e as minhas tristezas..."
"-Mas ele agora vai trocar de lugar com a Lua."
Num movimento rápido, olhou para cima, limpou as lágrimas e perguntou intrigada:
"-Quem é a Lua?"
"-É a melhor conselheira que alguma vez poderás encontrar. Poderás pedir- -lhe conselhos, contar-lhe todas as tuas máguas, partilhar todas as tuas alegrias... Enfim, é a melhor amiga que conseguirás arranjar."
A criança sorriu, voltou a sentar-se e despediu-se de mim. Voltei ao meu caminho...
Algum tempo depois, olhei para cima. Lá estava a Lua, mais bela do que alguma vez tinha estado. Ia para desabafar com ela, mas lembrei-me da criança e pensei "Não, hoje serás so dela. Ouve as suas máguas e as suas alegrias da mesma maneira que já ouviste muitas minhas."

Sempre que quiserem desabafar e não tiverem ninguém com quem o fazer, lembrem-se do Sol e da Lua, dois grandes conselheiros.

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sexta-feira, outubro 29, 2004

End of the World

Why is it that we always fall in love with the wrong person?
Just imagine...
You meet someone... You get along perfectly... You find lots of things in common between the two of you... You fall in love... And then... BAM! Something appears and destroyes everything. Every single dream become a nightmare... All the laugh turns into tears...Even hope vannishes.
You feel like your heart is taken from your body and smashed into a wall... Your mind is invaded with thoughts like "Why?" and "I should have known. It was too good to be true."... You feel that your world has come to an end... You feel that there's no reason to live anymore...
Your final thought is that only an angel can save you from the worst.

(Sei que muita gente não irá perceber este post, mas foi a única maneira que arranjei para me conseguir expressar, para dizer tudo o que me corrói a alma, o pensamento. E, caso exista algum erro, peço, desde já desculpa.)

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quinta-feira, outubro 14, 2004

O Amor e a Loucura

Como não tenho andado muito inspirada ultimamente, deixo-vos aqui uma "história" que me mandaram recentemente. Espero que gostem. Eu achei- -a, simplesmente, magnífica.

"Contam que uma vez se reuniram todos os sentimentos e qualidades dos homens, num lugar da terra. Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado já pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
"-Vamos brincar às escondidas?"
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE sem poder conter-se perguntou: "-Escondidas? Como é isso?"
"-É um jogo,- explicou a LOUCURA-, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um até um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu acabar de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar, ocupará o meu lugar para continuar o jogo."
O ENTUSIASMO dançou, seguido pela EUFORIA. A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar: A VERDADE preferiu não se esconder. Para quê? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar.
"-Um, dois, três, quatro..." - Começou a contar a LOUCURA. A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao Céu e a INVEJA escondeu-se atrás da sombra do TRIUNFO que, com o seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum dos seus amigos: Se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE.
E assim, acabou por se esconder num raio de Sol. O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do Oceano (Mentira, na realidade escondeu-se atrás do arco-íris). A PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não tinha encontrado um lugar para se esconder, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
"-Um milhão", contou a LOUCURA e começou a busca. A primeira a ser encontrada foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ, discutindo com Deus, no céu, sobre zoologia. Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Num descuido, encontrou a INVEJA e, claro, pode deduzir-se onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem de procurá-lo. Ele, sozinho, saiu disparado do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.
A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois encontrou-a sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando todos. O TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA numa cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (Mentira, estava no fundo do Oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já tinha esquecido que estava a brincar às escondidas
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum lugar. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava pronta a dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou numa forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, se escutou um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar. Chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra : O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha."

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sexta-feira, outubro 08, 2004

Regresso

Mil desculpas pela minha ausência. Sei que tenho andado longe daqui e, para vos compensar, deixo-vos mais um poema escrito por mim.

“Tão perto e tão longe”

Sinto-me só,
sem estar sozinha.
Estou sempre contigo,
todos os dias,
a todas as horas
e, mesmo assim,
sinto que tu és,
inalcançável,
inatingível,
um sonho
sem realidade.
Vejo-te
sem olhar para ti.
Oiço-te
sem falares.
Sinto a tua presença
sem estares junto a mim.
Tudo em ti m agrada,
os olhos,
misteriosos como a noite,
esse teu jeito de ser,
enfim,
tudo mesmo.
Cada palavra que dizes
é como se ouvisse
uma bela, doce, calma
e serena melodia.
E quando a noite chega
ainda te oiço,
ainda te vejo,
ainda sinto a tua presença.

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